domingo, 10 de maio de 2009

Apego

Quinta-feira, 9 de Abril de 2009

O que eu vou fazer com as lembranças tão vivas na minha mente e no meu coração? O que eu vou fazer com todas essas fotos? Com as músicas que cantamos e colecionamos? Com as palavras tímidas e calorosas ditas na surdina? Com os presentes, gestos de carinho e bem-estar que lotam o quarto? Com as datas que celebramos ritualmente? Com as juras, as promessas, as expectativas, os sonhos, os segredos ... as mentiras? O que eu vou fazer se não souber o que você fez com tudo isso?

O que eu vou fazer com as tardes vazias? O que eu vou fazer quando passar em frente a sua casa? O que eu vou fazer quando te encontrar na rua? O que eu vou fazer com a ausência de notícias suas? O que eu vou fazer se não puder oferecer o meu ombro e o meu abraço quando você precisar?Como vai ser sem o seu telefonema todas as noites? Como vai ser sem você do meu lado pra me proteger? Como vai ser daqui pra frente?

Preferiria vender todo o futuro para ter este presente garantido for ever, mas já não é uma questão de escolha, já não é uma questão de conforto. Você precisa de mais amor do que eu posso oferecer e do que você tem derramado tão inutilmente. Seu amor é uma dádiva, não sei como posso abrir mão de você agora! Estou te perdendo. Todo esse entulho ou relicário, como preferir, já não fazem mais sentido. Se as lembranças vão sucumbir ao tempo, só o tempo dirá. Se elas sobreviverem, é sinal que o seu amor era o suficiente, só eu não notei.Tenho fé que escrevendo vou ter forças e clareza para superar. Não nego a nossa felicidade, não nego suas qualidades, não me esquivo da culpa. Não vou dizer mal de você. Foi bom se apaixonar. Eu rezei todas as noites pra isso não acabar e agi ao contrário. Eu sabotei a nossa história? E agora estou sofrendo por ela. Quando não há mais saudade nem desejo, o que resta? Ternura é muito medíocre.Já não economizo palavras.

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